EXCLUSIVO: Arrascaeta conta início da trajetória no futebol, revela altos e baixos na carreira e demonstra determinação nos objetivos.

O atleta participou da palestra do projeto “Craques da Paz”. Ele contou muitas situações vividas ao longo da carreira.

O meia Arrascaeta, jogador do Flamengo, esteve presente em mais uma edição do projeto “Craques da Paz”. O objetivo do projeto é ajudar jovens que estão iniciando no futebol, através de relatos de jogadores do futebol atual, ou até mesmo conselho de ex-jogadores. Foi um encontro especial pelo fato de ter sido celebrado o quarto aniversário do projeto. Além de Arrascaeta, também esteve presente Marcelo Benevoluto, zagueiro do Botafogo, a cantora Mariah Gomes e o ator Rick Tavares completaram o bate papo.

No início de toda trajetória, alguns jogadores pensam em outras carreiras, caso não consiga seguir na profissão por todas as dificuldades que envolve uma das profissões mais almejadas no mundo atual. Com Arrascaeta não foi diferente, ele teve a oportunidade de seguir outro rumo na vida, e contou detalhes sobre isso.

“Tinha o futebol e os cavalos. Meu pai, primo e tio eram joquéis, trabalhavam com cavalos, então concilei minha vida no futebol e os cavalos mas sempre me inclinei mais para o futebol. A paixão era muito grande! Comecei a jogar com quatro anos”, disse.

Titular absoluto no time do Flamengo, o camisa 14 teve que percorrer longos caminhos até alcançar o brilho no futebol, pois até obter o êxito é preciso ter determinação para superar todas adversidades. O meia uruguaio comentou sobre as dificuldades que vivenciou no futebol.

“Na verdade, todos nós jogadores, como todo mundo temos nossas dificuldades. Tive que deixar a família de lado para ir em busca do sonho que era ser um jogador profissional, então parti para cerca de 500 km da minha cidade para chegar em Montividéu. Cheguei lá no clube e morava com 25 meninos. Obviamente, a saudade da família no começo foi muito grande. O começo foi tão difícil que sempre ligava para meu pai e minha mãe dizendo que queria voltar para casa. A gente tem os sonhos, as metas, de querer jogar então quando coloco uma coisa na cabeça dou o meu melhor. A noite sempre imaginava que minha hora iria chegar, que deveria dar duro no dia a dia e, graças a Deus, aos poucos fui melhorando. Pude disputar o mundial sub 20 em 2013, chegamos na final. Depois chegou a oportunidade de jogar na seleção e disputar a Copa América e Copa do Mundo”, revelou o jogador.

Muitos podem até imaginar que a carreira de jogador de futebol é mil maravilhas, no entanto há momentos ruins, de derrotas, o qual não foi planejado. O jogador relembrou um momento de tristeza durante a carreira.

“Tive frustações, mas é preciso saber seguir, estar mais preparado, um torneio acabou, mas vai ter outros torneios pela frente, o mundo não vai acabar, então tiramos lição disso, se prepara melhor para as seguintes competições. Uma frustação que tive foi no Mundial sub 20, quando estava na Turquia na final, errei um pênalti, e também dois companheiros erraram, era uma oportunidade muito linda que tínhamos de ser campeão. Mas depois na frente pude conquistar vários títulos, e tive oportunidade de fazer varios gols em finais”, expressou.

O meia do Flamengo sempre se destacou pelo poder decisão em jogos fundamentais, valendo título. Nesse ano, na decisão da Taça Rio, contra o Vasco, ele marcou o gol decisivo, empatando a partida nos acréscimos. O jogo foi para os pênaltis e o Flamengo saiu vitorioso. No entanto, em 2018 ele também foi decisivo, quando marcou o gol do título, contra o Corinthians, no segundo jogo da final da Copa Brasil. Ele contou detalhes sobre o que aconteceu horas antes da partida.

“Mais recente foi em 2018, contra o Corinthians, quando jogava no Cruzeiro. Tive que fazer uma viagem muito longa, estava com a seleção, voltei no dia do jogo, foram 25 horas de voo. Cheguei umas 17h30 em São Paulo, o jogo era 21h45, tive umas 2h para descansar e entrar no segundo tempo para fazer o gol que deu o título. Foi um momento que demonstrou que nos esforçamos muito, porque se eu falasse para os caras que não iria para o jogo, seria muito fácil, a gente deixa tudo pelo comprometimento do clube, a sensação foi de dever cumprido”, declarou.

O jogador não estará em campo na partida de quarta (24), contra o Emelec, pela Libertadores, por causa da lesão, no entanto busca estar recuperado o quanto antes para ajudar o Flamengo no clássico de domingo (28) contra o Botafogo, pelo Brasileirão.